Aviso: O conteúdo aqui apresentado tem uma finalidade exclusivamente informativa sobre um tipo específico de jogo e como jogá-lo. O objetivo deste conteúdo não é nem promover nem disponibilizar um tipo de jogo, mas simplesmente informar o jogador acerca de como jogá-lo.
Os baralhos de cartas são a ferramenta número um para todos os jogos de cartas de casino. Na maioria das vezes, são padronizados, com um conjunto de naipes e valores de cartas. Um baralho padrão consiste em 52 cartas, tal como o baralho de cartas português. Estas são divididas em quatro naipes – ouros, copas, espadas e paus. Cada naipe tem 13 cartas: Ás, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, Valete, Dama e Rei.
Os valores das cartas podem variar de jogo para jogo. Por exemplo, no blackjack, os Ases contam como um ou onze, e o 10, Valete, Dama e Rei têm um valor de dez. No baccarat (ou Ponto e Banca, como é conhecido nos casinos de Portugal) o 10, Valete, Dama e Rei têm valor zero. No Deuces Wild Video Poker, os 2s são cartas "wild" e podem assumir qualquer valor para ajudar os jogadores a formar uma mão vencedora.
Os baralhos de cartas padrão geralmente incluem cartas "wild" – os jokers. Os produtores de cartas americanos introduziram-nos em 1867. Treze anos depois, os Britânicos também os introduziram. No entanto, a sua introdução muitas vezes levou à sua exclusão em praticamente todos os jogos de cartas de casino.
É fascinante como os baralhos de cartas são usados, mas quais são as origens destas ferramentas de entretenimento?
A Grande Revelação: Introdução aos Baralhos de Cartas
A construção física dos baralhos de cartas retangulares inclui camadas de cartão, papel ou plástico ligadas de forma robusta. As cartas são revestidas com uma camada plástica brilhante (introduzida no século XX) para protegê-las contra danos, marcas, humidade, deformações e uso excessivo.
Todas as cartas são uniformes em tamanho e forma, e os baralhos são desenhados de forma a serem facilmente segurados na palma da mão. Os cantos de cada carta são arredondados para evitar que se desgastem.
O design dos baralhos de cartas pode variar, mas existe um formato padrão. Por exemplo, um lado das cartas apresenta o valor e o naipe (ex.: Valete de copas, 10 de espadas ou Ás de ouros). Os jogadores podem ver o valor da carta independentemente de como as cartas são seguradas.
No outro lado de uma carta de baralho há um padrão complexo – idêntico para todas as cartas. Isto impede que o valor das cartas seja revelado ao dealer e aos outros jogadores na mesa. Um grupo de historiadores acredita que os quatro naipes significam as classes da sociedade medieval – ouros para os mercadores, copas para o clero, espadas para a nobreza e paus para os camponeses.
As cartas de casino são elegantes na sua simplicidade. Estes acessórios elegantes e estilizados são indispensáveis para os seus respetivos jogos. Os jogadores recebem cartas do croupier ou dealer. Você pode apenas ver as seguintes cartas:
- As cartas que lhe são atribuídas a si em qualquer jogo;
- A carta virada para cima do dealer no blackjack;
- A mão do ponto e a mão da banca no Ponto e Banca;
- As cartas comunitárias no poker Texas Hold’em.
Os jogadores nunca podem ver as cartas dos outros jogadores na mesa.
Os baralhos internacionais são padronizados com 52 cartas, quatro naipes e 13 cartas classificadas do 2 ao Ás. Há fortes indícios de que as Espadas representam espadas dos Espanhóis. Isto dá aos Espanhóis o direito de se vangloriarem por terem sido os primeiros a dar uso aos naipes de cartas.
Quanto às classificações, o Rei supera todas as cartas, exceto o Ás. Esta carta pode assumir o valor mais alto ou o mais baixo, dependendo dos requisitos da mão.
As Incríveis Origens das Cartas de Jogar
Grande parte do que apreciamos no Ocidente originou-se no Oriente! E isso também se aplica às cartas de jogar. Na antiga China, os jogadores usavam dominós como forma de entretenimento. Não há distinção entre dominós e cartas neste país. A literatura chinesa do século X refere-se a dominós ou cartas de jogar.
De facto, é a mesma palavra que é usada para descrevê-los. Segundo alguns relatos, os Chineses reivindicam o "Jogo das Folhas" jogado já no século IX. Os Britânicos atestam a menção mais antiga de cartas de jogar num registo oficial, mas os Franceses reivindicam as cartas de tarot e, mais tarde, as “carte à jouer” (cartas de jogo).
Na Europa, as cartas de jogar surgiram na década de 1370. Países como Espanha e Itália provavelmente foram os primeiros a ter cartas de jogar. Dado que grande parte da atividade comercial na época era realizada por comerciantes nos mares, os estudiosos concordam que as cartas de jogar provavelmente chegaram da África do Norte, com a Dinastia Mameluca Islâmica, baseada no Egito.
As cartas de jogar europeias originais eram pintadas à mão e eram consideradas lembranças preciosas pelos membros da alta sociedade. A realeza e a aristocracia provavelmente procuravam estes acessórios e usavam-nos em reuniões prestigiadas, festas e eventos sociais. Aliás, o Rei Carlos VI de França comprou um baralho de cartas para seu entretenimento.
Um arquivo agora perdido, supostamente, indica um pagamento de 56 sols parisienses a um pintor de renome chamado Gringonneur para criar esta lembrança luxuosa. Nos primeiros tempos, as cartas de jogar eram domínio exclusivo da elite. Com o tempo, estas cartas valiosas espalharam-se pela Europa. O comércio terrestre é largamente creditado pela popularização das cartas de jogar na Europa.
Apesar do seu apelo, as cartas de jogar eram difíceis de encontrar. Era difícil e demorado criar cartas pintadas à mão numa escala que pudesse satisfazer a crescente procura. Então, os alemães inventaram uma prensa de impressão usando blocos de madeira no século XV. Isto reduziu drasticamente os custos de produção das cartas de jogar. Os franceses também estavam a trabalhar arduamente na prensa de impressão e criaram estênceis de pintura na década de 1480. Lembre-se que os estênceis são contornos ocos, facilitando a pintura nos buracos para criar formas, figuras e designs.
Estes estênceis franceses deram origem aos símbolos icónicos que conhecemos tão bem hoje: carreau (ouros), coeur (copas), pique (espadas) e trefle (paus). Assim que os editores criaram o baralho padronizado de cartas, os designers de jogos formularam vários jogos de cartas adequados a diferentes tipos de jogadores. Como resultado, as cartas têm sido usadas para fins de jogo há centenas de anos. No entanto, as igrejas denunciavam repetidamente as cartas de jogar, e as autoridades cívicas rotineiramente proibiam certos jogos. Era quase tão difícil quanto contar cartas no blackjack sem ser apanhado pelo casino.
Isso não impediu o ministro das finanças do Rei Luís XIV – Cardeal Mazarin – de usar o seu cargo público para transformar o majestoso Palácio de Versalhes num verdadeiro paraíso de jogos de cartas no século XVII.
Tal era a seriedade da criação de cartas que certos países promulgaram leis que impunham multas severas a qualquer pessoa que não fosse um impressor aprovado pelo governo para fabricar cartas de jogar. Qualquer pessoa apanhada a falsificar cartas estava sujeita a medidas punitivas como multas, detenção e prisão, ou mesmo pena de morte.
Os ouros, copas, espadas e paus são os mais conhecidos. Estes símbolos têm significado simbólico, mas não eram de forma alguma os únicos símbolos usados para representar uma hierarquia de valores. Outros motivos incluíam frequentemente referências culturais, imagens geográficas, ordens hierárquicas da vida selvagem, corpos celestes no universo, alquimia, feiticeiros, bruxas, magos, entre outros.
Grande parte disto era incrivelmente fascinante para a Europa do século XVI. Pode ser surpreendente saber que os baralhos de cartas franceses e britânicos exibem sempre os quatro reis: Alexandre, o Grande, Júlio César, David e Carlos. Entre as damas, as senhoras desfrutavam de menos reverência. Figuras como Argine, Judith, Raquel e Pallas eram apresentadas em muitos baralhos de cartas.
Factos Pouco Conhecidos sobre Cartas de Jogar – Verdadeiramente Fascinante!
O aclamado Ás surgiu em 1765, no mesmo ano em que Inglaterra começou a taxar as vendas de cartas de jogar. As autoridades carimbavam o Ás para indicar que os vendedores tinham pago o imposto. Qualquer pessoa apanhada a falsificar um Ás podia ser condenada à morte. É por isso que a carta Ás tem um design tão marcante até hoje e é tão importante na tabela blackjack.
Muitos jogadores de cartas não sabem que o Rei de copas é o único rei sem bigode – é verdade – pegue num baralho e verifique! Agora, olhe mais de perto para o Rei de copas – ele parece estar a cometer suicídio ao pegar a sua espada com a mão esquerda e forçá-la através do lado da cabeça. Este facto estranho é facilmente explicado por erros de impressão que simplesmente foram aceites pelo público ao longo dos anos.
Ao longo do tempo, as cartas de jogar assumiram diferentes designs. Por volta de 1800, as cartas de jogar francesas apresentavam soldados com bandeiras com a classificação e o naipe da carta de jogar. Esses designs mais complexos atestam o alto valor associado a essas criações artísticas. Avançando para o século XX – as cartas de jogar continuam a ser tão cobiçadas como sempre. É um mercado especializado que apresenta um pequeno grupo de empresas que agora controlam a maior parte do mercado. Muitos dos pequenos designers de cartas tradicionais já não existem.
Cronologia: Cartas de Jogar ao Longo dos Anos
- 868 – Su E da China descreve o jogo das folhas jogado pela Princesa Tong Cheng. A Dinastia Tang faz a primeira referência a cartas de jogar na história.
- 1005 – Um escritor Chinês chamado Ouyang Xiu alude à popularidade das cartas de jogar com papel em vez de pergaminhos tradicionais.
- 1367 – A Suíça proíbe oficialmente as cartas de jogar.
- Nos anos 1400 – Vários naipes são introduzidos nas cartas.
- 1480 – Os baralhos de cartas agora apresentam ouros, copas, espadas e paus em França.
- Nos anos 1500 – Uma empresa conhecida como Rouen, de França, começa a produzir cartas de jogar para Inglaterra.
- Nos anos 1790 – Antes da Revolução Francesa, o Rei era a carta mais valiosa. Agora o Ás supera o Rei.
- 1867 – A empresa Russell, Morgan & Company de Cincinnati, Ohio, produz cartas de jogar.
- Anos 1870 – O Joker aparece como a carta mais alta no jogo de Euchre.
- 1939 – Um baralho de cartas mameluca com 7 séculos é descoberto por Leo Mayer.
- 1942 – A United States Playing Card Company produziu os baralhos Bicycle® Spotter para ajudar no esforço de guerra, identificando combatentes e veículos inimigos e fornecendo mapas aos prisioneiros de guerra.
- 1966 – Um par de tenentes trocaram correspondência com a United States Playing Card Company para criar baralhos contendo apenas Ases de espadas – estes aterrorizavam os supersticiosos Vietcongues.
Lembranças Valiosas
De facto, as cartas de jogar antigas eram menos sobre jogar e mais sobre um valioso investimento numa obra de arte. Como as cartas de jogar eram fortemente taxadas e o Ás era a prova do pagamento do imposto, essas lembranças permaneciam guardadas antes de começar a produção em massa. No entanto, jogadores e colecionadores muitas vezes comparavam as habilidades artísticas dos criadores de cartas de jogar. Os designs mais elegantes, bonitos e desejáveis valiam uma 'fortuna.'
Durante meio milénio, as costas das cartas de jogar eram lisas. Foi aí que surgiu a Thomas De La Rue & Company de Inglaterra. Esta empresa de impressão e papelaria apresentou designs litográficos, como estrelas, pontos e padrões para imprimir nas costas das cartas de jogar. Isso dificultava muito a vida aos vigaristas que tentavam marcar as cartas.
Ainda há muitas conjeturas sobre quem devemos creditar pela criação das cartas de jogar. Embora não tenhamos certezas sobre as origens, os Chineses, Franceses, Indianos, Italianos, Britânicos, Espanhóis, Alemães e Egípcios certamente desempenharam um grande papel. Foi um esforço verdadeiramente global, com uma variedade de contribuições para o baralho de cartas padronizado que conhecemos hoje.
